Ao oficializar a indicação republicana para a reeleição, o presidente Donald Trump disse que o plano de imigração de seu oponente democrata, Joe Biden, seria prejudicial para os americanos. Em seu discurso na Casa Branca, Trump observou que seu oponente desfaria um dos projetos de que o presidente mais se orgulha: a construção do muro de fronteira.
“O plano de Biden remove as fronteiras da América no meio de uma pandemia”, disse Trump em 27 de agosto, “e ele está até falando em derrubar o muro. Que tal?!”
Trump está certo? Não.
Biden não planeja eliminar as fronteiras e não disse que vai demolir a barreira que o governo Trump está expandindo e reforçando.
Tanto a Casa Branca quanto o comitê de campanha de Trump foram questionados pela imprensa sobre evidências para apoiar o que o presidente disse. Não houve retorno.
O que Biden disse é que a construção do muro não vai continuar.
Em 6 de agosto, a emissora NPR perguntou a Biden: “Trump fez campanha com o slogan ‘Construa o muro’. Você está disposto a derrubá-lo?
“Não. Número um: nem mais um pé de muro será construído durante minha administração”, respondeu Biden,“ número dois: garantirei que tenhamos proteção na fronteira, mas com capacidade de alta tecnologia e nos portos de entrada. É aí que está acontecendo todo o mal”.
O plano de imigração de Biden diz que a maior parte do contrabando entra nos Estados Unidos através de portas de entrada autorizadas, e que quase metade das pessoas sem documentos no país entrou com um visto que depois expirou, não que cruzou a fronteira ilegalmente. Biden afirma que Trump fez mau uso de recursos mirando a barreira.
Caso seja eleito, Biden garante que “alocará recursos federais para ações de vigilância inteligente das fronteiras”, como câmeras, sensores, máquinas de raio-X e torres fixas nos pontos de entrada.
“Como qualquer país, os Estados Unidos têm o direito e o dever de proteger suas fronteiras e proteger sua população de ameaças”, diz o plano de Biden, “mas sabemos que os imigrantes não são uma ameaça à nossa segurança e o governo nunca deve usar a xenofobia ou táticas de amedrontamento para assustar os eleitores e obter ganhos políticos”.