Melania Trump e dois dos cinco filhos do candidato do Partido Republicano, Donald Trump, Eric e Tiffany, foram algumas das apostas em destaque no programa da convenção, nesta terça-feira. Para buscar a reeleição, o presidente perdoou um ex-detento e promoveu uma cerimônia de naturalização de cinco imigrantes.
A dez semanas das eleições, Trump está sob crescente pressão para remodelar os contornos da campanha, enquanto tenta conter a pandemia e a devastação econômica, com os republicanos buscando identificar uma mensagem política consistente que garanta a sua reeleição.
Pouco se falou da pandemia ao longo da noite de terça-feira, embora continue a ser um problema dominante para os eleitores.
O número de mortos por covid-19 nos Estados Unidos aproxima-se dos 180 mil, de longe o maior do mundo, e não há sinal de desaceleração. A taxa de desemprego do país ainda ultrapassa os 10%, mais alta do que durante a Grande Recessão. E teme-se que mais de 100 mil empresas fechem para sempre as portas.
A maioria das sondagens dão vantagem ao rival democrata Joe Biden, que também lidera em questões como caráter, confiança e simpatia.
Num dos poucos momentos emocionantes da noite, Trump mostrou um vídeo no qual assinava um perdão a Jon Ponder, um ex-assaltante de bancos condenado, que fundou uma organização que ajuda prisioneiros a se reintegrar na sociedade.
“Vivemos numa nação de segundas oportunidades”, afirmou Ponder ao lado de Trump, que sublinhou, por sua vez, que “a vida de Jon é um belo testemunho do poder da redenção”.
Os republicanos procuraram passar uma imagem de inclusão – para além da cerimónia de naturalização -, com as presenças e discursos do procurador-geral de Kentucky, Daniel Cameron, e a governadora da Florida, Jeanette Nunez.
Cameron foi o primeiro afro-americano a ocupar um cargo estadual no Kentucky. Nunez foi a primeira latina governadora na Florida.
Mike Pompeo discursou durante uma viagem oficial a Israel, o que já motivou críticas, e rompeu com décadas de tradição em que os secretários de Estado evitaram envolver-se na política doméstica.
Entre os elogios à atuação de Trump na política externa, Pompeo elencou o que foi alcançado com o atual Presidente no Irã e Coreia do Norte, por exemplo, mas sublinhou sobretudo a forma como tem sido gerido o dossiê chinês, tanto na responsabilização de Pequim quanto à pandemia, como no desenvolvimento do braço-de-ferro comercial.