Autoridades de Minnesota anunciaram nesta segunda-feira que identificaram uma pessoa infectada com uma variante altamente transmissível do coronavírus que tem se espalhado em taxas alarmantes nas últimas semanas, no Brasil. Este é o primeiro relato nos Estados Unidos da variante P.1.
Esta variante tem sido uma particular preocupação para os cientistas, visto que observaram o desastroso aumento de infecções na cidade brasileira de Manaus.
Uma pesquisa publicada na revista Science estimou que 76% da população de Manaus já havia sido infectada pelo coronavírus. Isso deveria ter colocado a cidade perto da imunidade de rebanho.
A nova onda levantou temores de que a variante P.1 tenha mutações que permitem que ela evite o sistema imunológico humano. As evidências para apoiar essa hipótese permanecem limitadas.
O Departamento de Saúde de Minnesota disse que o caso envolvia “um residente de Minnesota com histórico recente de viagens ao Brasil”, e a variante foi detectada por meio de sequenciamento genômico de amostras de sangue aleatórias como parte de um programa de vigilância.
A pessoa, um residente da área metropolitana de Twin Cities, relatou sentir-se mal na primeira semana de janeiro e foi testada em 9 de janeiro.
O departamento de saúde disse que a pessoa estava isolada e continua investigando o caso.
“Isso não é surpreendente. É um desenvolvimento muito difícil, mas ao mesmo tempo não inesperado”, disse Michael T. Osterholm, diretor do Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota e conselheiro da força-tarefa do presidente Biden para o coronavírus.
Todos os vírus sofrem mutação e existem inúmeras variantes em circulação. A variante Brasil é uma das três que têm atraído atenção global particular. Os outros dois foram identificados pela primeira vez no Reino Unido e na África do Sul, e são conhecidos pelos virologistas como B.1.1.7 e B1.351.
Embora os cientistas saibam um pouco sobre a variante do Reino Unido, a do Brasil “é provavelmente a que causa mais preocupação entre as pessoas que assistem a isso”, disse William Hanage, epidemiologista da escola de Saúde Pública da Harvard.