Em uma descoberta jamais vista o mundo, uma equipe de cientistas brasileiros encontrou um parasita sanguíneo dentro dos ossos de um dinossauro. A pesquisa foi publicada na última quinta-feira (15), no “Cretaceous Research”.
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Unicamp localizaram o parasita nos ossos de um titanossauro (os dinos de pescoço comprido) que sofria com uma doença chamada osteomielite aguda, uma infecção óssea que até hoje atinge animais e humanos.
Em 2017, a cientista Aline Ghilardi, da UFRN, autora sênior da pesquisa, em sua pesquisa de pós-doutorado, notou que um dos ossos dos dinossauros que estudava – que havia sido descoberto em São Paulo e que hoje é mantido em um laboratório da UFSCar – tinha caroços esponjosos.
A equipe resolveu estudá-lo e, no ano seguinte, o pesquisador Tito Aureliano, que fazia mestrado na Unicamp, decidiu aprofundar sobre os ossos com um microscópio – e, depois, com uma tomografia, feita na Faculdade de Medicina da USP.
“Quando descobrimos que era um parasita e que estava dentro dos canais do dinossauro, começamos a ficar nervosos para sermos os primeiros [a publicar]”, relata Tito Aureliano. “Não acreditamos que nunca tinham feito isso [a biópsia]”.
Os pesquisadores ainda não sabem, entretanto, se foram os parasitas que causaram a osteomielite. Isso porque eles encontraram, também, uma colônia de bactérias no fóssil. O que os pesquisadores podem determinar, por enquanto, é que o titanossauro “sentiu dor – e muita dor – para morrer”, diz Aureliano.