O bom início do Cruzeiro desde o retorno do futebol após a paralisação com seis vitórias seguidas (pelo Mineiro e Série B) deu lugar a um clima de tensão que já está instaurado no clube. A preocupação por não conseguir voltar à Série A criou uma pressão gigante no técnico Enderson Moreira. O time chegou ao quarto jogo sem vencer com o revés para o América-MG por 2 a 1, no sábado, no Mineirão.
O incômodo é tanto que logo após o clássico diante dos americanos, no próprio sábado, o treinador e a diretoria do clube foram alvos de fortes críticas feitas pelo empresário Pedro Lourenço, principal patrocinador do clube e pessoa próxima ao presidente do clube.
Não sou o presidente. Se eu fosse presidente, eu mandaria técnico e comissão técnica embora hoje (sábado). Não era amanhã. Era hoje. O time tem que tomar atitude. Nós que somos cruzeirenses, ajudamos o Cruzeiro, nós temos que correr atrás. Tem que tomar atitude. O time tem que tomar atitude. Não tem lógica você empatar com Confiança e achar normal, ganhar da Caldense por 1 a 0 e achar normal. Perder da Chapecoense, no Mineirão, e achar normal, e do América e achar normal. Estou falando com ele (Sérgio Rodrigues, presidente) há mais tempo. Trazer jogador igual ele está trazendo alguns aí é brincadeira. Esses caras não servem nem para engraxar a chuteira do Cruzeiro. E estão aí vestindo a camisa do Cruzeiro. Eu estou falando como torcedor e como patrocinador – disse o empresário do ramo de supermercados.

Além da derrota para o América, A Raposa perdeu para a Chapecoense em casa (1 a 0) e empatou com o Confiança em Sergipe (1 a 1) pela Série B. Além disso, foi eliminado na Copa do Brasil na quarta-feira ao empatar com o CRB por 1 a 1, em Alagoas (perdeu o jogo de ida no Mineirão por 2 a 0 em março).
Por ter perdido seis pontos por conta de uma dívida na Fifa, o Cruzeiro está com apenas quatro, um acima da zona de rebaixamento da Segunda Divisão, e sete atrás do quarto colocado.
Numa crise financeira que parece não ter fim, o Cruzeiro tenta o alento em campo. A volta à Série A é vista como fundamental para aumentar o faturamento e recolocar o clube na elite. A pressão no treinador, na diretoria e nos jogadores aumenta a cada momento.
O goleiro Fábio, um dos pilares da equipe, colocou inclusive em sua rede social a grande preocupação com a atual fase do clube.
“Já sabíamos que seria difícil começar do zero, estamos acostumados só com momentos de grandeza que condiz com nosso Cruzeiro!!! Estamos trabalhando e a responsabilidade é nossa, temos que mostrar dentro de campo, ninguém está satisfeito com os últimos resultados.”
O próximo jogo do Cruzeiro é nesta quarta-feira (2) fora de casa contra o Brasil de Pelotas, às 20h30 (de Boston), no Estádio Bento Freitas, em Pelotas. Uma derrota pode colocar a Raposa na zona de rebaixamento na sétima rodada. Uma vitória coloca uma pedrinha de gelo no caldeirão que vive os bastidores do clube.