Quem não gostaria de obter a cidadania americana, morando nos Estados Unidos? Pelo menos, um brasileiro não quer mais integrar o hall seleto de imigrantes que se naturalizam anualmente. Carlos Wanzeler, agora, faz de tudo para voltar à origem e, assim, escapar da extradição para o país onde jurou bandeira, abriu mão da própria nacionalidade, mas deixou muitas contas a pagar. E o acerto com a Justiça americana parecia bem próximo. Parecia!
Uma decisão do STF favoreceu a defesa de Wanzeler, um dos chefes de um dos maiores esquemas de pirâmide financeira do mundo, a TelexFree. Para ele, ser americano se tornou sinônimo de problemas com a Justiça da qual é fugitivo desde 2016. De volta ao país natal, ele ganhou um fôlego após um pedido para que a renúncia da cidadania brasileira seja revogada. Com isso, voltando a ser um brasileiro nato, não haveria a possíbilidade de extradição para os EUA.
Conforme noticiou o jornal “A Gazeta”, a suspensão temporária foi expedida pelo ministro Marco Aurélio Mello.
Wanzeler havia escolhido a naturalização americana quando se mudou para o país antes mesmo de a TelexFree ganhar notoriedade.
E foi justamente a perda da nacionalidade brasileira que motivou a extradição do empresário.
No entanto, a defesa está pedindo tutela de urgência quanto à rescisão por discordar da perda de nacionalidade.
Neste sentido, o ministro concedeu uma liminar, suspendendo o processo temporariamente.
“Não acabou, é claro. Ainda vai ser julgado. Mas, se for restabelecida a situação de brasileiro nato, Carlos não poderá ser extraditado”, explicou o advogado do empresário, Rafael Lima.
Nos EUA, Wanzeler é acusado de prática de crime de conspiração, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. O seu ex-sócio no esquema, James Merrill, foi condenado a seis anos e meio de prisão, em 2017.