O Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) deportou uma mulher depois que ela acusou guardas de agredi-la sexualmente, enquanto estava no centro de deportação, segundo sua defesa.
A advogada Linda Corchado disse ao El Paso Times que uma imigrante mexicana foi deportada na segunda-feira, poucas semanas depois de ser entrevistada por investigadores por cinco horas sobre suas alegações de agressão sexual.
“Ela pagou o preço por ter saído das sombras. Ela representou a mulher em nome de tantas outras vítimas de agressões”, afirmou a advogada.
A mulher é mexicana e tem dois filhos americanos. Ela não foi identificada.
A defensora acusou a polícia de olhar “para o outro lado” quando sua cliente precisava mais de sua proteção.
O Escritório do Inspetor Geral (OIG) do Departamento de Segurança Interna investigou as alegações da mulher, primeiro realizando uma entrevista de cinco horas. A mulher também levou os investigadores pelas instalações para apontar os “pontos cegos da câmera”, que ela disse terem sido usados por guardas para abordar ou agredir detidos sem serem detectados.
Esta visita foi feita na frente de guardas e detidos nas instalações, o que colocava a sua cliente em risco.
“Por 21 dias, o escritório permitiu que a vítima apenas sentasse na prisão. Foi realmente prejudicial para ela ter que continuar sendo detida e ver seus agressores ao seu redor, começar a ser intimidada por outros detidos e guardas”, declarou a advogada.
Inicialmente, o OIG disse que não permitiria que a mulher fosse deportada durante a investigação, mas ela foi informada pelo ICE na segunda-feira que seria deportada naquele dia após receber a aprovação do escritório responsável por apurar o caso.
O jornal “Independent” contatou o ICE sobre a deportação. A agência disse anteriormente que “tem tolerância zero para qualquer forma de abuso sexual ou agressão contra indivíduos sob custódia da agência e leva muito a sério todas as alegações de má conduta do funcionário”.