Por Raphael Bózeo
Enderson Moreira chegou ao clube no início da paralisação por conta da pandemia, em março. Pegou um time mal no Campeonato Mineiro e com os bastidores pegando fogo. Mesmo com as duas vitórias na reta final da fase classificatória, o treinador não conseguiu levar o time à semifinal.
Mas o principal projeto da Raposa hoje está longe de ser o de competir com o Atlético pela hegemonia estadual ou ser campeão mineiro. É de reestruturação e resgate.
E o tempo sem jogos fez bem a Raposa. Nova filosofia, novas ideias. Desde a volta às partidas oficiais, foram cinco vitórias. Venceu três pelo Estadual e estreou bem na Série B vencendo Botafogo-SP (2 a 1) e Guarani (3 a 2, veja os gols abaixo).
É bem verdade que o futebol está longe de ser aquele que o Brasil se acostumou a ver nos últimos anos, com títulos e grandes jogadores. Mas se as contas estão no vermelho e os problemas financeiros não param de aparecer, o futebol está caminhando para o azul. Claro, dentro da realidade cruzeirense atual.
Os problemas extracampo afetam a Raposa desde o ano passado. O início da temporada reservou doses cavalares de imbróglio no desmanche e remontagem do time, rescisões, eleição presidencial e dívidas na justiça. Uma delas refletiu dentro de campo com a perda de seis pontos na Série B (e não cabe mais recurso).
Com duas vitórias, a pontuação está finalmente zerada. A meta agora é seguir vencendo, pontuando, para chegar logo no pelotão de cima. A volta à Série A é de vital importância para o aumento da receita, mas arrumar a casa é ainda mais necessário. Subir no campo e recuperar a credibilidade e a honra cruzeirense talvez não seja algo muito simples por tudo que a Raposa vive no presente.
O próximo desafio desta longa estrada do Cruzeiro é contra o Figueirense no próximo domingo (16), às 15h (de Boston), no Orlando Scarpelli, em Florianópolis.