O presidente eleito Joe Biden prometeu que não vai construir mais um centímetro do muro na fronteira sul em seus primeiros 100 dias no cargo, mas seu compromisso irá se transformar em burocracia e negociações prolongadas para o cancelamento de contratos.
Como parte de seu plano para segurança de fronteira, Biden eliminará a “emergência nacional” declarada em fevereiro de 2019 pelo presidente Donald Trump para canalizar fundos federais do Pentágono para seu megaprojeto de fronteira de mais de 20 bilhões de dólares.
Trump recorreu a essa estratégia questionável depois que o Congresso negou-lhe repetidamente os fundos. Biden disse que um muro pouco fará para deter cartéis de drogas e gangues criminosas e que seu governo, em vez disso, investirá recursos para vigilância “inteligente” das fronteiras, com melhor infraestrutura de monitoramento nos portos de entrada.
Assim, o legado de Trump será, para fins práticos, as 415 milhas que foram instaladas em vários trechos da fronteira com o México, a maioria delas como barreiras de reposição.
Nesse sentido, as empresas privadas que obtiverem pomposos contratos federais para o muro terão o direito de pedir indenização pelos gastos com o desmonte do megaprojeto, conforme explica o Corpo de Engenheiros do Exército, encarregado de supervisionar 46 projetos da obra, 37 dos quais estão em andamento.
Biden iniciará seu mandato em 20 de janeiro com uma longa lista de promessas, embora tenha deixado claro que a reativação econômica e o combate à pandemia do COVID-19 estarão entre suas prioridades.